No trabalho sem atalho

Tenho 20 anos
E desde os 15 vendo água no sinal
Vendo desigualdade social
Sinto o sol queimar minha pele
Mas não desisto e grito
“Comprem aqui comigo água mineral por apenas 2 real”

Meu corpo tá suado
meu chinelo tá gasto
Tô exausto
Mas do trabalho me aproximo
E do crime me afasto

Porque já perdi um primo
E confesso que chorei
Ele entrou pra boca
Achando que seria vida loka
E viveu pouco como “rei”

Ganhando uma coroa de flores
E deixando como herança saudade, sofrimento e dor
Para aqueles que por nove meses o esperou
E por 5 palmos ele os deixou