Inclusão e diversidade: Faz Acessível integra profissionais e pessoas em busca de produtos e serviços

A plataforma Faz Acessível mobiliza e promove os profissionais que já estão empreendendo de forma específica no universo da inclusão e da diversidade.

Uma se chama Bárbara. A outra, Isadora. No início do ano, antes da pandemia do Coronavírus se instalar de vez no Brasil, as meninas de sorriso largo e simpatia característica falavam para um público formado, em sua maioria, por mulheres negras. Era a semana do dia Internacional da Mulher e ali, tive o primeiro contato com as jovens. O trabalho mostrado por elas era a plataforma Faz Acessível, que busca ser “o ponto de conexão entre você, serviços e produtos inclusivos”.

“Eu escrevo, crio e pesquiso formas de praticar a liberdade”, revela a biografia de Bárbara Azevedo, uma das idealizadoras do site. Até chegar a criar o Faz acessível, Bárbara trabalhou por vários anos com gestão cultural no setor privado e público. “Atuei com produção, programação de espaços, comunicação, criação de projetos, consultoria, de tudo!” Formada em produção cultural no IFRJ, foi ali que aprendeu a atenção e o cuidado, e adquiriu a faceta da diversidade. No contato frequente com o público, percebeu as singularidades das pessoas.  

Já a biografia da Isadora Machado é mais curta e certeira “Eu gosto é da diversidade!” Antes de se juntar a Bárbara, Isadora se formou em terapia ocupacional na PUC-Campinas. Atuou em projetos com foco na inclusão das pessoas com deficiência e desenvolveu atividades na área da dança, do esporte e trabalho. “No dia dos atendimentos , percebi que muitas crianças e suas famílias não frequentavam outros espaços por conta de diferentes barreiras na sociedade, sejam elas arquitetônicas, atitudinais, comunicacionais entre outras”.

 

Inclusão e diversidade: Faz Acessível integra profissionais e pessoas
O raio matinal

Para Bárbara a plataforma veio, conforme ela mesmo diz, como um “raio matinal”. A jovem acordou com a ideia na cabeça, depois de semanas pensando sobre como criar algo que impactasse de forma positiva a vida das pessoas desfavorecidas no direito ao consumo. Sendo produtora, ela percebeu que era importante estabelecer uma rede de contatos. Mas não encontrava uma estrutura organizada e estruturada quando se tratava de diversidade e inclusão.  “Eu a Isa juntamos nossas angústias, experiências e perguntas e começamos a modelar essa ideia juntas”. 

Dessa inquietação surgiu a plataforma Faz Acessível que mobiliza e promove os profissionais que já estão empreendendo de forma específica no universo da inclusão e da diversidade. O site faz esse “match” entre as empresas ou profissionais e as pessoas que precisam dos serviços. Acessando o site, arquitetos, organizadores inclusivos, engenheiros, intérprete de libras, estilistas, dentre outros profissionais estão disponíveis. No Faz Acessível é possível ser um profissional ou buscar por um. “Somos uma legião de inclusivos! Facilitamos a vida do usuário consumidor que está em busca de algum produto ou serviço específico e facilitamos a jornada também do profissional da plataforma”,  diz Bárbara.  

Na plataforma, pessoas com deficiência, pessoas pretas, gordas, público 60+, com restrições alimentares ou qualquer outra que não se encaixe na demanda tradicional do consumo pode consultar. A missão do projeto é clara: servir as pessoas e suas diversidades, e estimular a liberdade e a criatividade. Junto a esses valores, Bárbara e Isa pretendem fazer com que os indivíduos tenham orgulho de serem eles mesmos. “Além disso, cooperar para a consciência de responsabilidade social, criando uma plataforma onde todes podem conhecer e usar para praticar mais inclusão”, revela Bárbara. 

Quando perguntadas sobre o que o que as motivam a continuar esse trabalho as duas respondem com muito entusiamo. Bárbara revela que ser empática e entender sua responsabilidade social é um dos pilares da sua trajetória.  Entretanto, sua vivência pessoal impacta diretamente busca de uma sociedade mais igualitária. “Por ser alguém que conhece pessoalmente a discriminação e também viu e vê seu profundo reflexo no mercado de serviços e produtos, que tradicionalmente não levam em conta características físicas e culturais de pessoas negras”, ela busca incessantemente a integração.  

Isadora quer ver o trabalho impactando de forma positiva na inclusão. Para ela, acreditar e a lutar pela autonomia e participação social da diversidade é uma meta a ser perseguida a todo instante.